Na atualidade ,há um debate que pode ser designado como contabilidade tradicional vs contabilidade digital.
O cerne da discussão é a aplicação das tecnologias nas tarefas contábeis e no relacionamento com o cliente. Do nosso ponto de vista, tal controvérsia nos parece equivocada.
Primeiramente, não podemos nos basear na falsa concepção de que o advento tecnológico é utilizado apenas na contabilidade digital.
Ocorre que na contabilidade tradicional (confessamos que temos preferência pelo termo “convencional”), também há aplicação tecnológica aos processos internos e externos.
Empresas multinacionais que atuam no mercado financeiro, por exemplo, estão presas à um modelo de contabilidade convencional e, em todas os processos de registros contábeis, são dependentes essencialmente de tecnologia.
Tal cenário não teria como ser diferente, devido ao grande número de operações por segundo dessas empresas.
Então, reduzir a discussão da contabilidade digital com a convencional, na mera premissa de tecnologia e fundamentá-la nisso, não nos parece razoável.
Na verdade, não há qualquer diferença, ambas precisam seguir as normas técnicas norteadoras da profissão contábil.
Contabilidade digital x convencional
Ambos os termos são, portanto, modelos de trabalho diferentes de terceirização dos serviços contábeis.
Entretanto, utilizam tanto um quanto outro das ferramentas de tecnologia no desenvolvimento do trabalho e não há como ser diferente.
Em um mundo no qual o volume de dados e informações exigidos até mesmo de micro e pequenas empresas são de se espantar: XML, Sped, e-social, DctfWeb, Dirf, Dmed, Dimob, Defis, dentre outras.
No modelo digital, que também tem foco a redução de custos na prestação de serviços contábeis, é imprescindível a participação do cliente no processo contábil. Sua atuação se dá por meio do fornecimento de dados e informações digitalmente, apesar do relacionamento ser mais impessoal e focado na entrega daquilo que foi contratado.
Já no modelo convencional, o cliente também auxilia no processo contábil. Contudo, o desenvolvimento dos trabalhos requer uma relação de pessoalidade com o prestador de serviços focada nos negócios.
Situação que, apesar dos avanços tecnológicos, acredito estar muito longe de ser automatizada.
Sendo assim, as diferenças entre contabilidade digital e convencional nada tem haver com a ciência contábil e toda sua tecnicidade.
E sim com o modelo de contratação dos serviços contábeis que faz parte dos avanços da tecnologia no cotidiano das pessoas, das empresas e de todas as organizações de modo irreversível. O que não conduz ao raciocínio de que o modelo convencional será extinto.
Entretanto, é preciso enfatizar que o modelo convencional dos trabalhos contábeis voltados para micro e pequenas empresas precisarão reduzir custos e atender melhor o cliente e a resposta para isso acreditamos que é o uso eficiente das ferramentas de tecnologia.
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